ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Já que o cristianismo de Cristo (e não estou sendo redundante!) não foi (e não tem sido) bem representado ao longo de sua história, atribuindo-se-lhe mesmo até o que lhe era contrário, há centenas de outras manifestações religiosas que prometem soluções para as inquietações mais profundas do ser humano, algumas, dentre elas, misturadas com conceitos cristãos. Vejam os 6 vídeos do site abaixo:

http://www.band.com.br/aliga/conteudo.asp?id=100000470261


Geralmente, nós, cristãos, criticamos tudo isso com o ar de superioridade, como se tivéssemos a Verdade em nossas mãos, como se fosse possível estarmos revestidos da Certeza absoluta, o que somente é possível se fecharmos os olhos e os ouvidos a todas as evidências contrárias, e se não levarmos em conta que essa Verdade em que acreditamos também é, como elemento social, produto de transformações históricas, culturais, filosóficas, linguísticas etc. ao longo dos anos (milênios!), que fizeram-na perder a pureza teológica de que tanto falamos e arrogantemente lhe atribuímos.

Acredito que seguir a Cristo, hoje e sempre, é encontrar o fio condutor da verdade cristã, encontrar a essência, o espírito da Letra que perpassa e ultrapassa a própria Letra e que, portanto, não está visível nem à mente apressada nem tampouco à aguçada, e que está oculta ao dogmatismo que se contenta com a superficialidade exegética, geralmente, da afirmação da frase, do capítulo, do livro, do verbo, da vírgula. Sem ser irracional, mas sem estar presa à racionalidade, a fé autenticamente cristã é operação espiritual que não teme a falha e a contradição da Letra, porque sobrevive, em oxímoro, baseada nEla, onde Deus decidiu, soberanamente, também revelar escondidamente (um verdadeiro paradoxo) o seu caminho.

Nesse sentido, historica e contraditoriamente, os piores espíritos para entender a revelação de Deus têm sido os dos religiosos judeus e cristãos (digo isso com todas as aspas do mundo, porque há exceções), porque eles se fecharam (e, de fato, "foram fechados" pelas forças dogmáticas, pelas filosofias judaico-cristãs monistas), tornaram-se irrestritamente endurecidos, capazes de praticar os atos mais insensíveis em nome de seu "Deus", capazes de crucificar e recrucificar o Cristo, justificando-se na Letra, capazes de arrogar-se o absoluto (morrer e matar por ele) para esconder todas as suas contingências que, se admitidas, os deixariam sem chão.

Se o mundo encontrou outras soluções para responder às suas inquietações de alma, acaso não seria também porque a cidade sobre o monte, apesar de todos os holofotes superficiais que lhe têm sido dirigidos, tem emitido, estranhamente, uma luz que não lhe é autêntica?: "Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!" - Mateus 6.23.

Está aí algo a ser pensado!

MF

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