ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

sábado, 26 de junho de 2010

O $HOW DEVE PARAR

Depois de tudo o que vemos, ouvimos, lemos... não é preciso que eu explique o que o título desta mensagem quer dizer. Acredito que o material que temos acompanhado quotidianamente é suficiente para mostrar a natureza satânica tanto da Teologia da Prosperidade, quanto dos seus líderes que se transvestem com títulos de "pastor", de "apóstolo", de "missionário" etc,

Não devemos nos enganar. Não estamos lidando com "irmãos em Cristo". Estamos tratando com servos de Satanás que precisam ser combatidos com as armas de Deus, com a autoridade das Escrituras, com a coragem de Cristo, com a bandeira do Evangelho Puro e Simples. Eles são arrogantes e querem ganhar no grito e na violência, mas não devemos temê-los, pois o inferno lhes está preparado, o juízo de Deus cairá sobre as suas cabeças repentinamente e serão envergonhados quando a verdade do Evangelho prevalecer. A medida do cristão é segundo o cânon de Deus, diferente deles que se julgam segundo os seus próprios critérios. Lembremos dos falsos-apóstolos de Corinto:

"Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos, mas estes que se medem a si mesmos e se comparam a si mesmos, estão sem entendimento" 2Coríntios 10.12.

Não nos enganemos. São escravos daquilo a que se entregaram conscientemente! São apóstatas da fé. Há muito têm sido alertados; de diversas formas e maneira foram até agora avisados do erro em que estão, mas os seus corações se endureceram, ensurdeceram-se à voz do Espírito Santo, cegaram-se para não ver a própria imagem no espelho das Escrituras, de modo que Deus conclama os seus filhos a mais uma vez levantar a voz CONTRA a mentira, a enganação, a falsidade, a arrogância. Clamar a Deus para que Ele aplique juízo e dispor-se para frontalmente combater os falsos-apóstolos é papel vital para a igreja de Jesus Cristo no Brasil nestes dias.

O Evangelho que pregam é ANÁTEMA assim como eles estão anatematizados. Seja maldito todo aquele que ensinar um outro evangelho, que não é outro senão que alguns deturpam a verdade de Deus a fim de encher-se e satisfazer o seu próprio ego. Seja maldito todo aquele que, ensinando a mentira, conduzem outros à porta do inferno. Seja maldito todo aquele que, dizendo estar na verdade, vive e ensina a mentira. Seja maldito todo aquele que espoliar em nome do Evangelho. O ardor da ira de Deus será lançado, a seu tempo, e em pó se tornarão todos aqueles sobre quem a Pedra de Esquina for lançada:

"Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vô-lo dissemos, agora de novo também digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema" - Gálatas 1.8,9

Eles portam outro espírito, outro Jesus, outro evangelho e nós cristãos até agora nos posicionamos de modo frouxo diante de tudo isso. Não basta? Lembremos da exortação e saiamos do nosso lugar de conforto:

"Porque se alguém for pregar-vos OUTRO Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis OUTRO espírito que não recebestes, ou OUTRO evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis" 2Coríntios 11.4

O Evangelho de Cristo NÃO É MERCADEJÁVEL. Não dizemos sempre que as Escrituras é a regra? Pois, então, tudo o que estiver associado a isso é do demônio! Eles andam segundo a carne, e esta será consumida pelo fogo julgador de Deus. Ai de todos os que a eles estiverem unidos nesse momento, pois o Seu juízo será sem misericórdia sobre todos os que amontoam ira sobre si. Suas almas serão amputadas, pois têm a cruz de Cristo por nada e a paciência de Deus por fraqueza. As suas caras com aparência de autoridade serão feridas com chagas da vergonha, pois tomam o sofrimento de Cristo por motivo de enriquecimento ilícito. A própria escravidão em que se encontram já assinala o início de seu fim. Acaso nos esquecemos do que os profetas já tinham dito?

"E estes cães gulosos são, não se podem fartar; eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte" Isaías 56.11

Saibam, portanto, que a "minha casa será chamada casa de oração para todos os povos" (Is. 56.7) e, por isso, "assim diz o Senhor: Vós, todos os animais do campo, todos os animais do bosque, vinde comer" (Is. 56.9), porque o juízo está próximo, porque os dias para eles serem mortos já se cumpriram, porque vem sem demora a "espada do Senhor que devora desde um extremo da terra até o outro" (Jr. 12.12).

Assim diz o Senhor: "Cortai árvores, e levantai trincheiras contra Jerusalém; esta é a cidade que há de ser castigada" (Jr. 6.6), porque "os pastores se embruteceram e não buscaram ao Senhor" (Jr. 10.21), porque "muitos pastores destruíram a minha vinha, pisaram o meu campo; tornaram em desolado deserto o meu campo desejado" (Jr. 12.10). Assim diz o Senhor: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto" (Jr. 23.1), ai dos pastores que tornam as ovelhas perdidas, que as desviam para os montes a ponto de esquecerem do verdadeiro lugar de repouso (Jr. 50.6), "ai dos pastores que se apascentam a si mesmos! Comeis a gordura e vos vestis de lã, matais o cevado e não apascentais as ovelhas" (Ez. 34.2). Assim diz o Senhor (quem ainda tem ouvidos a Ele ouvi!): "Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto" (Ez. 34.10).

Em breve se ouvirá a "voz de uivo dos pastores, porque a sua glória é destruída" (Zac. 11.2), pois "a minha alma se impacientou deles, e também a alma deles se enfastiou de mim" (Zac. 11.8). Assim sendo, "não vos apascentarei mais; o que morrer, morra; o que for destruído, seja destruído; e os que restarem comam cada um a carne do outro" (Zc. 11.9). Deus está pronto para agir. "Ai deles, porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão e pereceram na contradição de Coré" (Judas 1.11).

Quanto ao demais, irmãos, vivam na graça de Cristo, na liberdade com que Ele nos libertou. Alegrem-se porque vocês têm os seus nomes escritos no livro da vida; alegrem-se porque todos os seus pecados estão perdoados pela cruz de Cristo; alegrem-se, mais uma vez, porque Ele conhece os que são dele!

Em Cristo,

Moisés Olímpio Ferreira

domingo, 13 de junho de 2010

Ser cristão não basta?

Os problemas do cristão da minha geração passaram por diversas etapas. Em certa época, o que importava acima de tudo era definir se se era "pentecostal" ou "tradicional". Estes se envaideciam porque se sentiam "cultos" (não sendo, de fato, na maioria dos casos) e, não poucas vezes, estavam "salvos para sempre" mesmo se vivessem de modo devasso. Aqueles, porque se achavam "poderosos" (não havendo, na maioria dos casos, nada mais do que barulho, sentimentalismo e pouca mudança de vida) e "quentes", em oposição aos "frios/gelados" e, não poucas vezes, eram "salvos até que pecassem".

De fato, do medo do inferno que estava sempre aos pés dos fiéis, surgiram as inúmeras listas do "pode" e do "não pode" da poderosa, fogosa e condenatória igreja pentecostal brasleira. Internamente, a lista que fosse mais rigorosa identificaria o grupo mais santo. E isso, creiam, realmente fazia toda a diferença; os da Assembléia de Deus eram mais puros e mais salvos do que os d'O Brasil para Cristo; estes eram tidos por aqueles como crentes desviados que precisavam voltar à pureza primitiva.

Mas não me esqueço que, a seu modo (porque não era o comportamento que contava, uma vez que se estava salvissíssimo, mas a doutrina em particular), os "sempre-e-sempre-salvos" também tinham isso: os batistas "regulares" eram ainda mais-puros (talvez pretendendo um lugar mais próximo de Cristo no céu) do que os da "convenção", que estavam fora da retíssima regula. Entre os presbiterianos não era diferente. Como se vê, a ridicularidade era imanente às instituições.

A pergunta "de que igreja você é?", naquela época, era ou para estabelecer, primeiramente, o lado da cerca sagrada em que se estava posicionado (quente ou frio, ignorante ou culto), e depois para medir o grau de santidade e pureza.

Depois, os da "tradição" desapareceram do mundo real. Ficaram restritos ao mundo do mito, do "era uma vez", à sua "cultura", com aquelas reuniões mais parecidas com encontros de amigos da associação de bairro, ou a uma liturgia que, tirando Maria, ficou muito próxima à dos católicos (com todo respeito aos irmãos católicos; e destes, a história fala por si só).

Os do "poder", por sua vez, evoluíram, mas era de esperar, de modo negativo. Enquanto os do "orgulho de ser isso ou aquilo" deixaram seus rabos escondidos nas pernas (ou por covardia ou porque sabiam o que carregavam) e ficaram adorando santamente as suas instituições, os do "fogo sob o pé" tiraram os deles da calça e os mostraram para todo mundo desavergonhadamente.

Assim, enquanto uns roncavam em seu hibernal sono imaculado (seja pelo efeito de estarem se afogando nas mais santas águas profundas ou em gotículas que sobre as cabeças magicamente produziram o mesmo resultado, seja pela ausência de oxigênio das alturas críticas metodológias...), outros, saltavam da caixa como joõesbobos, alegrando o público com suas aberrações coloridas; inflados com o "poder", conduziam-no ao movimento alucinante que tonteia toda razão.

Nesse tempo, entre os pentecostais, a importância era dada à "igreja" a que se pertencia (e nessa altura do campeonato, os tradicionais tradicionais [fundamentalistas de coração] estavam trancados nas 4 paredes de suas igrejas, amedrontados, procurando respirar o "puro ar" de suas doutrinas. Lembro-me de planfletos que circulavam entre eles que exigiam a separação total em relação aos pentecostais, porque estes conduziam o povo ao inferno. De fato, havia algum fundo de verdade nisso). Era-se avaliado a partir do nome da denominação. Dizer apenas "pentecostal" não valia nada. Começaram, então, a valorizar aquilo que consideravam "gelo sob o pé"; se se era "batista", por exemplo, podia-se acreditar na "boa palavra", o que efetivamente não tinha o menor valor de verdade.

Mas não serei injusto, porque os "quentes" quiseram romper o circo que se instalava com todas as atrações, e para isso pretendeu-se separar os "históricos" dos "não-históricos (sem-históricos? contra-históricos? neo-históricos?). Para distinguir "crente" e "CRENTE", começou-se a dizer, então, "evangélico". "Você é crente?", "Não, sou evangélico". Pronto. Agora se tem uma identidade. Nada disso! O novo rótulo não garantiu, como por encanto, a mudança do conteúdo. Dois problemas surgiram a partir daí: Não só o novo título se popularizou e os novos convertidos ao desvangelho do "poder financeiro" se apoderaram dele, mas também, líderes "históricos" inflados com o mesmo sopro dos neopentecostais puseram a perder a "grande" (com todas as aspas possíveis) tentativa de santificação.

O que dizer hoje? Crente? Evangélico? Como tudo de certa forma ficou homogeneizado, parece que nenhum título tem poder de distinção. Dizer "sou da igreja X" parece não mais fazer sentido no mundo religioso brasileiro. Estamos sem referência. Parece que agora apagaram-se as luzes e "ninguém mais é de ninguém". Até os tradicionais entraram na nova-onda.

Costumo dizer que sou "cristão", mas quando digo isso, a impressão que tenho é a de que esperam algo mais de mim. Instala-se, de súbito, um silêncio, um olhar estranho, um mal-estar. Parece que consigo ler os pensamentos dizendo: é um desviado da "igreja", mesmo sendo cristão.

Mas isso não bastaria? Nos primeiros séculos, sim. De qualquer forma, é tudo o que lhes direi, quer gostem ou não. E se quiserem mais, lhes apresentarei a cruz; e se ainda mais, o sopro que nunca tiveram. Se insistirem me perguntando de que "igreja" sou, direi que sou da "de Cristo", porque não serei mais de nenhuma outra, como todos os que autentica e ainda corajosamente estão "em Cristo".

MF