ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

terça-feira, 26 de abril de 2011

A "VERDADE" NA LIBERDADE DA OPACIDADE

Se Deus quisesse, uma vez por todas, revelar a sua Verdade, o primeiro instrumento do qual fugiria seria o uso da linguagem.

Fazer crer demonstrativas as afirmações de experiências de outrem, torná-las inquestionáveis, é o papel de todo fundamentalismo que, se fechando na imanência do texto, afirma, em absoluto, a sua transparência, vivendo em incessantes "apagar de incêndios" das inquirições.

Por outro lado, como Deus não usou a demonstração, que seria universalmente inegável a toda mente razoável, teria ele, então, usado a coerção em violência, para fazer com que alguns eleitos admitissem o seu ponto de vista? Ora, não teria mais efeito, não seria incontestável, não atingiria melhor os objetivos a demonstração em vez do exercício da força súbita e irresistível?

Mesmo quando se opta pela recusa da liberdade humana, a demonstração é ainda mais eficaz e não imoral, pois ela coage sem violência, diferente da coerção absurda, enquanto força que obriga a ser e a fazer, sem qualquer comprovação.

Penso que nem um, nem outro. É na base da opacidade da argumentação constante que se opera o convencimento do Espírito. É justamente pelo viés da opacidade da linguagem que Deus dá azo à liberdade de escolha, que ele prova o valor do exercício do livre arbítrio e das deliberações externa e interna.

E, de fato, se o agir divino não fosse no e pelo discurso, (mesmo em suas errâncias e contradições, em suas não-rigorosidades e ausência de cristalinidade), em que são construídas a legitimidade do orador e as questões e paixões inerentes ao ouvinte, a Bíblia não teria razão de existência.

MF