ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

sábado, 23 de março de 2013




Viva George Bush, cristão fiel, frequentador assíduo de sua igreja, leitor diário da Bíblia, dizimista, amigo de pastores, homem que sempre iniciava suas reuniões de gabinete com oração e que propôs o Dia Internacional da Oração, protetor ferrenho de Israel, homem de bons costumes e dos valores protestantes contra os gays e aborto... Homem que pode ser posto como representante qualificado de pastores americanos (como os "grandes" Max Lucado, John McArthur e Bob Jones... que apoiaram explicitamente a invasão do Iraque em nome de seu deus) e de brasileiros fundamentalistas.

Enfim, se são desses que deveríamos fugir, vê-se que são deles que a igreja brasileira gosta de tomar seus exemplos. Talvez isso mostre bem o caráter dessa igreja que deveria ser duramente punida por Deus por sua atitude insana.


Que cegueira a nossa ao rotularmos a vida cristã como um conjunto de normas fixas, de crenças reducionistas adotadas sem constantes reavaliações, de comportamentos particulares de um grupo, ou de fórmulas prontas mágicas...

Infelizmente, a proposta atual, que vejo nos púlpitos mais "tradicionais", de reação às podres teologias que invadiram o Cristianismo moderno é o retorno à verdade. Ouço muito isso.

Digo infelizmente, porque a questão é: de qual verdade se está falando? A do fundamentalismo que provou ao longo da História o seu amor ao poder e à submissão irrestrita de seus seguidores? Àquela de terno e gravata, de fala bonita e estudada, que propunha uma visão parcial da vida e do mundo e utópica da religião, sempre aliada aos valores dos poderosos? Àquela que faz crer na ignorância da transparência da linguagem?

Como já disse noutra vez, a arte de ser cristão não pode ser encontrada nem praticada na extremidade da razão em suas manifestações empíricas, céticas ou irônicas, nem tampouco no abismo da emoção irracional ou no das forças pulsivas próprias da cegueira espiritual em suas ocorrências fanáticas de devoção a dogmas inquestionáveis, mas sim no cruzamento, no espaço tensivo formado pelo encontro dessas naturezas tão opostas e complementares.

É no equilíbrio, portanto, tão difícil de aceitar, de encontrar e de manter que se encontram os pilares das existências humana e espiritual. De fato, tanto o racionalismo quanto o fanatismo estão, paradoxalmente, de mãos dadas na obscuridade; ao mesmo tempo, tão distantes e tão próximos, cada um, a seu modo, está petrificado em seus próprios dogmas constituídos, seja pelo que se tem, provisoriamente, como fato, seja pelo que se constituiu, apenas por acordo, como verdade "absoluta" do grupo.

Enfim, temo pelos resultados dessa “volta à verdade” que está sendo proposta como solução à crise da fé da cristandade protestante brasileira. Já a conheço e já sei a que chegou.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Evolução...

Um dos maiores problemas dos cristãos de todas as épocas é reconhecer que os escritores judeus foram pessoas comuns, restritos a seu tempo, a seu espaço, a seu nível de conhecimento, a seu estado de ser e crer no mundo, e que suas visões de Deus, portanto, são particularizantes e tendem a tornar-se, naturalmente, obsoletas quando tomadas, de maneira cega, fora desse tempo, desse espaço, dessas condições sócio-históricas e culturais. Querer transpor o passado ao presente, em estado "puro", simplesmente ignorando que as ideias e conhecimentos evoluem e mudam, é querer que a espiga se restrinja sempre à haste sem nunca dar milhos. Está-se indo mesmo contra a própria revelação continuada de Deus. De fato, Deus não se restringe a um conjunto de livros! A própria necessidade da existência desse conjunto literário já demonstra eficazmente que o homem não é capaz de revelar quem é Deus em sua totalidade, tendo em vista estar restrito às suas condições de imperfeição.  Reduzi-Lo a ele ou é por fanatismo doentio ou por más intenções.

O medo judaico-medieval de questionar emburreceu a cristandade, lançando-a no abismo, de um lado, do terror de tudo que mexe com o seu chão envelhecido e, de outro lado, da ignorância que, apesar de toda e qualquer necessidde a favor da evolução de conceitos e valores, se mantém "firme" no solo seco e irremediavelmente estéril de uma afirmação continuada doentia.
Não vejo Jesus fincando estacas no solo judaico para fundar a sua igreja, mesmo que os seus ideais estivessem saturados pelas orientações de seu tempo; não vejo Paulo construíndo sua tenda na submissão petrificada aos valores de seu povo. Cada um, a seu modo, permitiu-se evoluir teologicamente, mesmo que com isso contrariassem os mais respeitados representantes de seu tempo. É disso que estou falando.

sábado, 16 de março de 2013

A vida nada mais é do que uma mera passagem: uns passam para dentro, outros, para fora.