ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

domingo, 27 de novembro de 2011

Na tragédia, não na minha para não ser condenado por individualismo, pensei em pedir ajuda; mas com que base eu faria isso, se a quem eu me dirigiria era justamente aquele que poderia tê-la evitado e não o fez? Com que legitimidade aquele que pode evitar o mal do outro e não o faz pode consolar os que sofrem com a perda? Está aqui posta a questão. Reflitamos.

MF

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Já que o cristianismo de Cristo (e não estou sendo redundante!) não foi (e não tem sido) bem representado ao longo de sua história, atribuindo-se-lhe mesmo até o que lhe era contrário, há centenas de outras manifestações religiosas que prometem soluções para as inquietações mais profundas do ser humano, algumas, dentre elas, misturadas com conceitos cristãos. Vejam os 6 vídeos do site abaixo:

http://www.band.com.br/aliga/conteudo.asp?id=100000470261


Geralmente, nós, cristãos, criticamos tudo isso com o ar de superioridade, como se tivéssemos a Verdade em nossas mãos, como se fosse possível estarmos revestidos da Certeza absoluta, o que somente é possível se fecharmos os olhos e os ouvidos a todas as evidências contrárias, e se não levarmos em conta que essa Verdade em que acreditamos também é, como elemento social, produto de transformações históricas, culturais, filosóficas, linguísticas etc. ao longo dos anos (milênios!), que fizeram-na perder a pureza teológica de que tanto falamos e arrogantemente lhe atribuímos.

Acredito que seguir a Cristo, hoje e sempre, é encontrar o fio condutor da verdade cristã, encontrar a essência, o espírito da Letra que perpassa e ultrapassa a própria Letra e que, portanto, não está visível nem à mente apressada nem tampouco à aguçada, e que está oculta ao dogmatismo que se contenta com a superficialidade exegética, geralmente, da afirmação da frase, do capítulo, do livro, do verbo, da vírgula. Sem ser irracional, mas sem estar presa à racionalidade, a fé autenticamente cristã é operação espiritual que não teme a falha e a contradição da Letra, porque sobrevive, em oxímoro, baseada nEla, onde Deus decidiu, soberanamente, também revelar escondidamente (um verdadeiro paradoxo) o seu caminho.

Nesse sentido, historica e contraditoriamente, os piores espíritos para entender a revelação de Deus têm sido os dos religiosos judeus e cristãos (digo isso com todas as aspas do mundo, porque há exceções), porque eles se fecharam (e, de fato, "foram fechados" pelas forças dogmáticas, pelas filosofias judaico-cristãs monistas), tornaram-se irrestritamente endurecidos, capazes de praticar os atos mais insensíveis em nome de seu "Deus", capazes de crucificar e recrucificar o Cristo, justificando-se na Letra, capazes de arrogar-se o absoluto (morrer e matar por ele) para esconder todas as suas contingências que, se admitidas, os deixariam sem chão.

Se o mundo encontrou outras soluções para responder às suas inquietações de alma, acaso não seria também porque a cidade sobre o monte, apesar de todos os holofotes superficiais que lhe têm sido dirigidos, tem emitido, estranhamente, uma luz que não lhe é autêntica?: "Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!" - Mateus 6.23.

Está aí algo a ser pensado!

MF

domingo, 20 de novembro de 2011

Protestantismo e militarismo

Uma vergonha histórica!

http://www.istoe.com.br/reportagens/141566_OS+EVANGELICOS+E+A+DITADURA+MILITAR

sábado, 12 de novembro de 2011

Se me parece evidente, pelo estudo das técnicas que empreendi, que Paulo era dotado de conhecimento da arte retórica, o que lhe facilitava a construção discursiva de sua teologia, é-me nítido também que nada lhe tenha dado garantias de sucesso em seus objetivos.

A razão disso está no fato de que, por um lado, não é possível determinar de antemão quais estratégias argumentativas serão infalíveis e, por outro lado, os fundamentos das teses apresentadas ao assentimento não são absolutos e nem conclusivos, não pertencem à racionalidade de matriz lógico-matemática ou positiva, não são regidos pela validade formal, não são perfeitos e definitivos. Pelo contrário, são verdades relativas apenas plausíveis, situadas no tempo e no espaço, passíveis de transformações, sujeitas às conjunturas e instabilidades da interpretação, e das condições contextuais e históricas, tal como todo e qualquer outro discurso.

MF

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Preciso voltar para a "igreja" urgentemente... Estou precisando de dinheiro!!!

MF

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Como já disse de antemão e também agora de novo estou dizendo: se alguém vos está anunciando o bom-anúncio para o lado (anunciando fora) do que tomastes ao lado (do que recebestes), maldito seja" (Gálatas 1.9).

Duas importantes meditações devem ser feitas nesse texto.

A primeira é quanto à necessidade de manter o "que foi tomado ao lado", guardando-o, preservando-o, mantendo-o vivo.

E a segunda, mas não menos importante do que a primeira, é: apesar da identificação que todos possam sentir com essas recomendações paulinas (e, de fato, qualquer um, com as mais diferentes doutrinas "baseadas" na Bíblia, pode nelas se espelhar), devemos nos perguntar: o que recebemos (seja lá por meio de quem for) é o mesmo que Paulo entregou aos Gálatas? E, na impossibilidade de isso ser determinado com exatidão, o quanto estamos perto do que foi entregue? Talvez sejam essas as questões cruciais de todo o sistema religioso sob o rótulo de cristianismo.

MF

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ADAPTANDO-SE AO AUDITÓRIO

"Livre, pois, sendo (ente) de todos, a todos fiz a mim mesmo escravo, a fim de os mais numerosos ganhar;
e vim a ser aos judeus como judeus, a fim de judeus ganhar;
aos sob lei como sob lei - não estando {eu} mesmo sob lei - para os sob lei ganhar;
aos sem-lei como sem-lei - não estando sem-lei de Deus, pelo contrário, em-lei de Cristo - para que esteja ganhando os sem-lei;
vim a ser aos fracos, fraco, para os fracos ganhar; a todos sou todas as coisas, para totalmente alguns salvar.
Todas as coisas estou fazendo por causa do bom anúncio, para que coparticipante dele venha a ser. (...)
Como também eu agrado a todos em relação a todas as coisas, não buscando (buscante) o que é vantajoso (conveniente) a mim mesmo; pelo contrário, o {vantajoso} a muitos, para que sejam salvos" (1Coríntios 9.19-23; 10.33).

MF

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Reintenção I

Água mole, pedra dura...
Creia-me: tanto bate até que seca.

MF
Se a vida é para ser vivida
no sentido de intensa experimentação,
por que a morte é para ser “morrida”
apenas no sentido de naturalidade?
E não é mesmo que estão embutidas nas palavras os temores mais profundos do ser humano?

MF

terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Temos, porém, esse tesouro em barrosos utensílios, a fim de que a superioridade do poder seja do Deus e não a partir de dentro de nós mesmos" (2Coríntios 4.7);

"Se gloriar-me é preciso, quanto às coisas da fraqueza de mim me gloriarei" (2Coríntios 11.30)

sábado, 1 de outubro de 2011

Quanto mais insisto em encaixar a roda nos trilhos,
mais acabo descarrilado...
Comecei a entender que não nasci para ser trem!

MF

sábado, 24 de setembro de 2011

MINHAS PROPOSTAS PARA O BRASIL

1) Para a Educação:
Todos os políticos municipais, estaduais e federais OBRIGATORIAMENTE deverão educar os seus filhos apenas no ensino público, desde o nível básico.


2) Para a Saúde:
Todos os políticos municipais, estaduais e federais OBRIGATORIAMENTE deverão usar para si e para a sua família apenas os serviços da rede pública.

Os que discordam dessas regras, que saiam da política ou que não se candidatem: vão procurar emprego noutras áreas que permitam o uso da rede privada.

Não tenho dúvida alguma de que a Educação e a Saúde no Brasil sofrerão mudanças em pouco tempo.

MF
Não há discurso à margem de crítica e de avaliação daquele que o ouve ou o lê; não é possível a existência de um discurso isento da necessidade de acordos que lhe sustente o status de resposta válida.

Mesmo quando nos fiamos nos juízos de fato (apenas idealmente objetivos) estamos ainda diante dessa necessidade, porque eles não estão isentos da subjetividade daquele que percebe o fato e que a seu respeito emite parecer, segundo o que pensa ser coincidente com a realidade.

Tendo em vista, portanto, que nada foge ao esforço interpretativo, é insustentável a defesa da isenção total de apreciação pessoal dos fatos, o que nos leva, portanto, necessariamente, ao domínio argumentativo do contingente, caso se pretenda dar-lhe o status, ainda que provisório, de verdade possível.

MF

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O estatuto dos axiomas é diferente nos domínios da demonstração e da argumentação. No primeiro, os princípios são inquestionáveis, impessoais, independentes; no outro, a ambiguidade lhe é natural e os procedimentos são sempre elaborados para agir sobre um auditório cuja ausência tornaria nula toda ação.

Assim, na medida em que o público se torna parte essencial de um processo - cujas diligências buscam modificar convicções e disposições por adesão voluntária e não por constrição - concede-se-lhe a possibilidade de resistência, de maneira que as reações podem não ser as esperadas: argumentar é, portanto, discursar sobre o que não é evidente mesmo sob indícios de possível insucesso.

MF

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Os auditórios (leitores, ouvintes) e suas condições pragmáticas assumem papel coercivo na elaboração de um discurso, pois este não só se realiza em função deles mas também é deliberado e sentenciado por eles. O elemento partilhado, ponto de partida de qualquer discurso, difundido pelas instituições sociais, permite o contato dos espíritos e possibilita os acordos a partir dos quais o quadro retórico receberá desenvolvimento.

Nesse processo, a argumentação não se restringirá a técnicas de persuasão (mero formalismo) - em suas capacidades de seleção, de ordenação de ideias, de ajuste de palavras e de ideias ao material selecionado, de harmonização dos elementos suprassegmentais, cinésicos e proxêmicos, e da apresentação memorizada da mensagem - dissociadas dos meios adaptados a uma situação concreta (em contextualidade da prática social, em situações específicas em que há interesse na discussão, pragmatismo, pois não se delibera sobre coisas evidentes ou sobre o que não possa ocorrer de maneira diferente) em que questões (discutíveis e de várias perspectivas, sujeitas a interpretações e a respostas diversas, pois a presença da argumentação se faz necessária somente quando se deve escolher a melhor resposta para a questão) são postas em causa à busca do preferível.

MF

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Somente uma operação injustificada de isolamento dos dados dentro de um conjunto muito mais complexo poderia transformar as soluções apresentadas ao assentimento em verdades inabaláveis, intangíveis, estáticas, cujas convicções jamais colidiriam com outras crenças.

Mesmo que para um homem existam fatos e verdades que todos, como ele, deveriam crer, porque ele acredita serem universalmente partilhados, essa validade absoluta não passa de uma pretensão particular, pois o desenvolvimento dos dados está sempre sujeito, querendo ou não, às instáveis representações que o orador faz de seus auditórios particulares e também aos juízos de valor que estes emitem, dependentes não da demonstração, mas da coexistência humana em contexto que rejeita as arbitrariedades.

MF

sábado, 27 de agosto de 2011

O dogmatismo absoluto funciona assim: exige-se que se cante a liberdade e a felicidade dentro da gaiola. A mente obtusa age assim: canta a liberdade e a felicidade, pensando que o mundo se restringe à gaiola. É igual a um animal detrás das grades (não sei identificá-lo, não importa) que ouço todos os dias enquanto trabalho em minha casa...

domingo, 7 de agosto de 2011

O MUNDO COMO VONTADE E REPRESENTAÇÃO

“"Todo querer se origina da necessidade, portanto da carência, do sofrimento. A satisfação lhe põe um termo; mas para cada desejo satisfeito, dez permanecem irrealizados. Além disso, o desejo é duradouro, as exigências se prolongam ao infinito; a satisfação é curta e de medida escassa. O contentamento finito, inclusive, é somente aparente: o desejo, satisfeito, imediatamente dá lugar a um outro; aquele já é uma ilusão conhecida, este ainda não. Satisfação duradoura e permanente objeto algum do desejo pode fornecer; é como uma caridade oferecida a um mendigo, a lhe garantir a vida hoje e prolongar as misérias ao amanhã. Por isto, enquanto nossa consciência é preenchida pela nossa vontade, enquanto submetidos à pressão dos desejos, com suaesperança e temores, enquanto somos sujeitos do querer, não possuiremos bem-estar nem repouso permanente." (Schopenhauer, Arhur. O mundo como vontade e representação. São Paulo: Abril Cultural, 1974, p. 32).

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Uma das coisas que mais me enoja nos meios fundamentalista e liberal é a arrogância. Apesar das assimetrias que constituem essas posições, há em comum entre elas (e isso as torna muito parecidas) a crença de que sabem mais do que realmente são capazes de saber, de que detêm o que é não possível: fatos e verdades universais no domínio das Humanidades.

MF

terça-feira, 26 de julho de 2011

Discurso aos anciãos gentios convertidos de Éfeso (Atos 20. 18-36)

18.(...) Vós sois conhecedores, desde o primeiro dia a partir do qual subi para a Ásia, como convosco o tempo todo vim a ser,

19. servindo como escravo (servente) ao Senhor com toda humildade de mente e lágrimas e tentações que vieram juntas (aconteceram) a mim nas conspirações dos judeus,

20. como nada enviei para trás/baixo (retrocedi, diminuí) de anunciar a vós dentre as coisas proveitosas e ensinar-vos publicamente e nas casas (pelas casas, de casa em casa),

21. completamente testificante, a judeus e a gregos, a mudança de mente para com Deus e a fé para com o Senhor de nós, Jesus.

22. E agora, eis, amarrado eu no espírito, vou a Jerusalém, não sabendo as coisas que nela virão ao meu encontro,

23. exceto que o Espírito, o Santo, conforme cidade (a cada cidade), completamente testifica a mim dizendo (dizente) que cadeias e aflições permanecem em relação a mim.

24. Mas de nenhuma razão faço a alma valiosa a mim mesmo, como consumar a corrida de mim e o serviço que recebi da parte do Senhor Jesus: testemunhar completamente o Evangelho da graça do Deus.

25. E agora, eis que eu sei que não mais vereis a face de mim, vós todos entre os quais fui anunciando (anunciante) o reino,

26. pelo que dou testemunho a vós, no dia de hoje, que limpo estou do sangue de todos.

27. Não, pois, enviei para trás/baixo (retrocedi, diminuí) de anunciar todo o conselho do Deus a vós.

28. Tende diante de vós mesmos (aplicai a vós mesmos) e de (e a) todo o rebanho, no qual o Espírito, o Santo, colocou-vos {como} supervisores {para} pastorear a igreja do Deus, que {ele} fez em volta (buscou) por meio do próprio sangue.

29. Eu sei que se introduzirão entre vós, após a partida de mim, lobos pesados (brutos) que não poupam o rebanho

30. e dentre vós mesmos se levantarão homens falando (falantes) coisas distorcidas (pervertidas) de (a fim de) arrastar os discípulos atrás deles.

31. Pelo que, vigiai (entrai e permanecei no ato de vigiar), lembrando (recordantes) que durante três anos, noite e dia, não cessei de, com lágrimas, pôr (pondo) em mente (advertir) cada um.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

VIVER EM E MORRER POR CRISTO

Para Paulo, tanto a vida quanto a morte, desde que em/por Cristo, são coisas apreciáveis e graciosamente concedidas. O poder de vida e de morte não pertencem ao escravo, mas ao seu Senhor e, de fato, ser preso e sofrer por proclamar o seu anúncio é um privilégio para quem serve com amor transbordante:

"porque a vós foi graciosamente dado, em favor de Cristo, não somente o direcionar fé a ele, mas também o sofrer em favor dele" (Filipenses 1.29.

MF

sábado, 9 de julho de 2011

Despe-a de todos os véus e panos,
Dá-lhe a nudez de todo discurso,
Retira-lhe os seus adornos,
Brincos, braceletes, colares, anéis, penduricalhos todos...
Lava-a, encontra-lhe apenas o rosto natural,
Priva-a de cosméticos, dos produtos de desbeleza...
Toda nua, crua, limpa e autêntica
Essa é a fé que se perdeu.

MF

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quão difícil é ao homem situar Deus no universo! Se, num extremo, a Natureza é Deus, noutro, ela nada tem dEle. É tão difícil assim vê-la apenas como a manifestação de Seu poder criador?

MF

domingo, 19 de junho de 2011

OS SINS E OS NÃOS DA EXISTÊNCIA

A nossa existência é constituída essencialmente de escolhas, que fazemos certas ou erradas ao longo do tempo. Tudo passa pelo instante do "sim" e do "não". O "talvez" também está nesse processo, que é um "não" provisório, tendente ao "sim".

O "não", porém, sofre um grande preconceito no mundo (e Eva o inaugurou), enquanto o "sim" vive as delícias de candidato populista, de chapa quase única. Há uma grande dificuldade no "não", porque ao dizê-lo isolamo-nos, rompemos a cadeia harmoniosa do "sim", que é adorado, e daí surgem os sentimentos de desprezo, de "fora do grupo", de "quadrado", de "careta" etc etc etc. Querendo estar na "onda" dizemos "sim", mesmo quando gostaríamos de (ou mesmo, deveríamos) dizer "não". Enfim, o "não" está fadado à desgraça.

Mas isso tem graves consequências. E é uma pena. Perde-se a identidade pelos muitos "sins" que se diz em todo tempo. Assume-se o "outro" como sendo o "eu", que desaparece no "outro". E depois? O que se é?

Fazer uma má escolha é admissível. O que não dá é sempre ficar errannnnnnnndo!!!!

MF

sábado, 28 de maio de 2011

Não poucas vezes investimo-nos, na vida, de forças desconhecidas pela razão. Sempre dando a impressão de salvamento a quem delas se serve, não é incomum resultarem, de fato, em um final infeliz. Ser Sansão é possível, mas qual deles? Dos Juízes ou de Orwell?

MF

domingo, 8 de maio de 2011

Como se diz, minha mãe não está mais entre nós,
e o sentimento de fim recobre todo o presente de ausência;
Penso diferente: eu ainda não estou entre ela!

MF

terça-feira, 26 de abril de 2011

A "VERDADE" NA LIBERDADE DA OPACIDADE

Se Deus quisesse, uma vez por todas, revelar a sua Verdade, o primeiro instrumento do qual fugiria seria o uso da linguagem.

Fazer crer demonstrativas as afirmações de experiências de outrem, torná-las inquestionáveis, é o papel de todo fundamentalismo que, se fechando na imanência do texto, afirma, em absoluto, a sua transparência, vivendo em incessantes "apagar de incêndios" das inquirições.

Por outro lado, como Deus não usou a demonstração, que seria universalmente inegável a toda mente razoável, teria ele, então, usado a coerção em violência, para fazer com que alguns eleitos admitissem o seu ponto de vista? Ora, não teria mais efeito, não seria incontestável, não atingiria melhor os objetivos a demonstração em vez do exercício da força súbita e irresistível?

Mesmo quando se opta pela recusa da liberdade humana, a demonstração é ainda mais eficaz e não imoral, pois ela coage sem violência, diferente da coerção absurda, enquanto força que obriga a ser e a fazer, sem qualquer comprovação.

Penso que nem um, nem outro. É na base da opacidade da argumentação constante que se opera o convencimento do Espírito. É justamente pelo viés da opacidade da linguagem que Deus dá azo à liberdade de escolha, que ele prova o valor do exercício do livre arbítrio e das deliberações externa e interna.

E, de fato, se o agir divino não fosse no e pelo discurso, (mesmo em suas errâncias e contradições, em suas não-rigorosidades e ausência de cristalinidade), em que são construídas a legitimidade do orador e as questões e paixões inerentes ao ouvinte, a Bíblia não teria razão de existência.

MF

quinta-feira, 31 de março de 2011

E PODERIA SER DIFERENTE?

Como diz o ditado popular: "O povo tem o rei que merece". Ora, não lhe dão os púlpitos? Não lhe dão crédito? Não lhe dão dinheiro? Não lhe dão votos? Não lhe dão ouvidos? Não voam com ele? Não sapateiam juntos? Não gritam juntos? Agora, parafraseando a formiga, DANCEM!


http://noticias.gospelmais.com.br/pastor-marco-feliciano-idiotas-cachorros-dementes-twitter-opinioes-18178.html

MF

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ser cristão

Não tenho igreja, porque sou igreja, em comunhão com todos os que estão no mesmo Cristo em que estou.

MF

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O desafio de "ser fé"

Depois de nascida em nós, o desafio da fé não é "estar fé", que se manifesta de diferentes modos (e, na verdade, lidamos muito bem com isso, porque é adaptável e externa), mas é "ser fé".

O seu desenvolvimento, seja no plano das manifestações sensíveis ainda desprovidas de razão em seu impacto primitivo, seja no de sua evolução posterior assentida pelo raciocínio, é sufocado por forças multiformes, ritualísticas, fundamentalistas, liberais, racionais, emocionais, materiais, espirituais, pessoais... De fato, depois delas, pouco sobra. Restam apenas resquícios de sua existência passada, ou sinais sucumbidos sob o concreto de uma religiosidade.

"Ser fé" é algo interno, independente; um estado, uma condição, que paradoxalmente evolui, frágil e firme, invisível e presente, inexplicavelmente absurda e inteligível, não do que está, mas do que é.

MF

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ser cristão

Cristão não é aquele que vai a igrejas,
mas aquele que é igreja, onde que quer que esteja e aonde quer que vá.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DIVIDINDO A CRUZ DE CRISTO

Tanto quanto Deus, a criação não faz distinções, ela ignora totalmente as divisões em classes que tolamente estabelecemos. Sim, ela é cega e surda, porque não vê a distinção que queremos fazer, porque não ouve as afirmações de que somos desiguais. Sejam ricos ou pobres, cristãos ou ateus, todos se ajoelham perante a sua coroa real.

Entretanto, ela não é muda. E, se preciso for, a sua voz poderá ser ouvida no mundo inteiro. Seja para o bem ou para o mal, ela abre a sua boca e fala não só a todos os ouvidos mas também a todos os olhos, corações, rins, fígados, estômagos, a nós inteiros. Deixa-nos atônitos pela beleza ou completamente chocados por suas desgraças; faz-nos chorar por sua magnitude ou por sua repreensão.

Quem pode desprezar a sua força, a sua presença, o seu reino inconteste? Ó homem, que te ergues até os céus, serás abatido até os infernos. E como isso é verdade! De forma muito audível, visível, tátil, olfativa e deixando um gosto muito amargo na boca, ela nos fala, a todos nós, mais uma vez, com voz de estrondo e com pouca compaixão, gritante e triturante, no Rio de Janeiro, igualando-nos, pondo-nos em nosso lugar, lembrando-nos de que somos pó, terra, barro, lama…

Onde está Deus nesse momento? Estará nos céus, comendo o seu manjar, enquanto lamentamos os nossos mortos? Estará lá, despreocupado com os demais, enquanto recebe as almas dos cristãos mortos na tragédia? Nesse momento de dor, todas essas cogitações perpassam pelas mentes humanas, e os sentimentos de impotência, de ódio, de desprezo, se juntam ao de profunda tristeza.

Contudo, Deus está no mundo! Onde, perguntam-se, vendo a desgraça? Ele está nos discípulos de Seu Filho Jesus; nos que amam, que se doam, que voluntariamente cavam a terra, tiram o lixo, põem o corpo inteiro na lama à busca de seu semelhante; nos que tocados pelo igualamento, enviam roupas, remédios, água; nos que oram, que choram, que abraçam, que dividem o seu pão. Deus se revela por esses! Sim, Deus é Emanuel!

Mas age por meio de nós. Ele não desce do céu e trata do homem surrado que perdeu pai, mãe, filho, irmão, primo, neto, tio, cunhado, e todos os bens. Não! Deus age pelo transeunte, mesmo com consciência religiosa diferente ou sem nenhuma, pois o amor é superior à fé! São os que têm amor em seus corações que suspendem o que estão fazendo, adiam a sua viagem, a fim de untar as feridas, carregar os feridos, preservar o seu igual.

O sacerdote e o levita não foram capazes de se ver em seu irmão, mesmo estando na mesma estrada, na mesma direção, sob os mesmos perigos, seja por atribuir-lhe pecados que justificassem a sua desgraça, seja por transferir o bem que deveriam fazer à ação divina, seja porque estavam muito preocupados com as coisas do templo, seja porque se consideravam superiores, e por isso passaram de largo. Para esses, a fé de nada valeu!

Nesse momento (e em tantos outros que virão a todos nós), cabe a divisão da cruz. Muitos cireneus, a seu modo, já estão ajudando os cristos que estão sofrendo a dor dos grandes pregos da crucificação que sofreram. Fingiremos que isso não é conosco, para ainda mantermos as diferenças, sejam elas quais forem?

Em Cristo, o sempre-presente.

MF

domingo, 2 de janeiro de 2011

Queres ver todas as coisas com clareza? Primeiro, limpa de tua mente e de teu coração os desejos contaminados da alma e a propensão à indulgência das próprias culpas; só depois poderás iluminar as trevas e ver o que nela está oculto.

MF