ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A REENCARNAÇÃO DE JESUS


INTRODUÇÃO

É por demais impressionante como os seres humanos são atingidos, de modo tão profundo, por fatos que ocorrem em suas vidas! Todos têm algo no sótão da mente e na sede das emoções que produz suspiros de saudade, lágrimas de alegria ou mesmo sentimentos que apertam o coração pelo imenso oceano da lembrança.
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O nascimento da minha primeira filha foi algo tão marcante na minha vida, que ainda consigo formar a imagem da enfermeira tirando-a da sala de cirurgia e trazendo-a em seus braços pelo corredor até o local onde eu estava. Isso aconteceu há muitos anos, mas ainda consegue fazer emergir a mesma emoção.
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Com os seus pequenos olhos bem abertos, ela procurava entender, com vivacidade, que fenômeno estava ocorrendo. Há pouco, tudo se resumia em treva, umidade, calor, aconchego, proteção... Agora, tudo é novo, tudo é diferente! Um novo ambiente com luz, frio, insegurança, barulhos, e o pior, com seres gigantes, de bocas enormes abrindo e fechando vindo em sua direção com um desejo imenso de morder, de mãos largas, de faces assustadoras, falando, pegando, alisando, beijando, beliscando...Ufa! não deve ter sido fácil!
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Se o bebê pudesse responder à simples pergunta: “- Você quer nascer de novo?”, ele responderia: “- Quer mesmo que eu responda? Não!!! Basta olhar para o quanto eu choro! O que eu quero é voltar para dentro da minha mãe!”.
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Pensando nisso, em termos literários, muitos são os textos bíblicos que causam-me fascínio, entretanto, há uma passagem pela qual sinto uma especial admiração - e até mesmo espanto - toda vez que penso nela (mesmo após tantos anos ouvindo, lendo, ensinando e meditando a seu respeito):
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“Havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus. Pois ninguém poderia fazer estes sinais miraculosos que tu fazes, se Deus não fosse com ele. Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus. Perguntou Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Poderá voltar ao ventre da sua mãe e nascer? Jesus respondeu: em verdade, em verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do espírito é espírito. Não te maravilhes de eu te dizer: Necessário vos é nascer de novo.” João 3: 1 a 7

. Este texto possui duas grandezas diferentes que se complementam. Uma, a sua mensagem espiritual, a realidade imaterial; a outra, a sua estrutura linguística pela qual a mensagem espiritual se revelou, isto é, a escolha do léxico, bem como dos aspectos, modos, tempos e vozes verbais empregados na língua original em que foi escrito.
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Primeiramente, muito nos chama a atenção o fato de Jesus ter surpreendido a todos com uma nova necessidade que vai além das muitas que nesta vida já experimentamos. Trata-se de um nascimento misterioso, de um “ser concebido” novamente, de um “ser trazido à luz” fantástica, assustadora e miraculosamente. Parece-nos, ainda, uma experiência que ultrapassa o dia-a-dia comum e enfadonho, uma ocorrência cientificamente inexplicável, um desafio à nossa intelectualidade e materialismo.
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E é fato, por ser um renascimento não tangível e não comprovado em laboratório, que nenhum teólogo foi ainda capaz de definir, com exatidão, o “como” se processa esse “novo nascimento”. Somos capazes de compreender um pouco sobre os “porquês”, “por quem”, “para quem”, “quando” e “onde” ocorrem seus resultados, mas o “como” se realiza o fenômeno, fica, por
enquanto, a cargo da investigação.
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Alguns poderiam afirmar que este “como” resume-se no arrepender-se do pecado e receber o perdão de Deus por intermédio de Jesus. Entretanto, parece-nos que “arrepender-se” e “receber perdão” (falando sob a ótica do Cristianismo), não entram na escala do “como”, mas, sim, na escala dos pré-requisitos, das condições antecedentes para que o “como” seja desencadeado. Parece-nos, também, que qualquer outra concepção interpretativa para o “como”, de qualquer que seja o credo existente, é produto da recorrência a elementos onde o “como” é perceptível, sem, porém, em nada explicá-lo.
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Outras milhares de ações divinas dificilmente podem ser enquadradas ao plano do conhecimento humano. Por mais que se empenhe a fim de dar precisão ao “como” o Espírito de Deus age, ainda assim, os modelos de análise ficam restritos, ou aos personagens históricos de quem somente foram relatados os resultados dessa ação divina, ou, às experiências pessoais sobre as quais nossas mentes pouco sabe explicar. Afinal de contas “...os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.”
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O próprio Jesus ensinou sobre a impossibilidade de se enquadrar o espiritual - sem que fuja pelas beiras - a uma fórmula, meio ou credo. Na continuidade do texto inicialmente transcrito está registrado que “o vento (ou espírito) sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem e para onde vai; assim é todo o que é nascido do espírito.” . Do mesmo modo que não podemos colocar “regras” rigorosas para a ação do vento (que é algo natural), não temos condições de tornar “regulares” os canais por onde Deus age e nem tampouco explicar como as ações se processam; disso sobressai a nossa incapacidade de definir plenamente não só como Deus planeja, mas também, os respectivos mecanismos das suas realizações.
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Quando Deus soprou o Seu Vento Forte, o Seu Espírito sobre a Terra descansada na inércia da morte, enviou uma mensagem diferente, algo inédito, fora do comum, não explicável pelo livro das normas de “como” Deus deve agir, e por ser assim, não foi compreendido pelos “santos” da religião oficial: o NOVO NASCIMENTO.
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Não se tratava de novos hábitos, linguagem, planos ou ideais (embora pareça que estas coisas estejam envolvidas). Não se resumia a uma religiosidade ou a uma carteirinha de membro do círculo farisaico. Não é algo que possa ser limitado a uma experiência de bem-estar, de prosperidade, ou de realizações humanitárias. Não. É algo tão poderoso que capacita homens - até então à parte, marginais ao motivo de sua própria existência, imperfeitos e corrompidos -, a fazer parte de um reino incorruptível.
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Desse poder de metamorfose, porém, não foi manifestado o mecanismo de ação, isto é, mesmo aquele que já o experimentou não saberia explicar o que lhe aconteceu. Reconhece seus efeitos miraculosos, porém não é capaz de defini-los.
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E em virtude de que o sentido do “como” ocorre o novo nascimento é tão inviolável, oculto às mentes humanas, é que são propostas algumas formas de interpretação.
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E então chegamos a um ponto importante desta discussão: O que Jesus quis realmente dizer com “nascer de novo”? Ao que ele se referia?
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Verdade é que, segundo o que for mais conveniente a si mesmo, cada grupo religioso tem direcionado as interpretações dos ensinos de Cristo. A favor de suas próprias formulações , tanto protestantes, quanto católicos, espíritas, mórmons e seitas infinitas, têm, ao longo do tempo, temperado o Cristianismo bíblico com seu fermento. Uns mais, outros menos, mas poucos hodiernamente têm sido humildes para abrir os ouvidos ao que Deus realmente tem a dizer sobre as muitas coisas que compõem a verdade!
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E por assim agirem, alguns grupos chegaram a esta conclusão: Ao ensinar a Nicodemos sobre o novo nascimento, o que Jesus estava querendo revelar era a reencarnação.
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O importante aqui não é dar o veredito sobre quem está certo. O nosso objetivo é tentar aprender o que a fé apostólica diz de si mesma, o que as Escrituras intertraduz, o que Deus falou. E se você, leitor, quiser, com honestidade, abraçar as palavras de Jesus quanto ao tema em questão, aproxime-se e permaneça comigo até o final.
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Ao longo deste trabalho iremos centrar o foco de nossa pesquisa sobre o ponto de vista que aceita o renascimento, dito necessário por Cristo, como sendo a reencarnação. Isto é interessante e importante porque se estivermos errados quanto à exegese do texto bíblico não estaremos perdendo uma recuperável alimentação perdida no dia, ou um mero par de meias furadas, ou mesmo uma religião. Não! Se estivermos errados, de acordo com Jesus, não teremos acesso, em hipótese nenhuma, ao reino de Deus. É algo ligado à eternidade! Diante disso, faço minhas as palavras do Criador: “Vinde, pois, e arrazoemos...”(Isaías 1:18) sobre este tema tão atual e tão premente!
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(In: FERREIRA, Moisés Olímpio. A reencarnação de Jesus. São Paulo, 2000)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

FELIZ PÁSCOA

Aos meus colegas, amigos, alunos, professores, irmãos, envio meus votos de "feliz páscoa".

Páscoa nos lembra liberdade; a tão almejada liberdade! Liberdade para escolher o bem, afastando-nos do mal (afinal de contas, para o fazer o que é contrário ao bem não precisamos ser livres, fazemo-lo naturalmente); liberdade para pensar e viver o que é bom, para usufruir toda dádiva imerecida que Deus nos oferece.

Ser livre não é, como se diz, poder fazer tudo o que se quer fazer; liberdade é poder justamente escolher não mais satisfazer os nossos desejos destrutivos, a fim de praticar o que constrói, o que amplia bons valores, o que cura.

Páscoa é isso! É libertação de velhos costumes e hábitos escravizantes (que se tornaram leis por causa da sua prática constante), de velhos valores (que deterioram nossas relações com o próximo e com Deus); é a ruptura com a hipocrisia, com a maquinação do mal, com o egocentrismo, com a maldade, com a falta de humildade para se pedir perdão, com a infantilidade eterna diante da vida, de nós e do outro!

Feliz páscoa a todos; feliz para quem já foi liberto, porque, caso contrário, será apenas um dia a mais, um feriado em casa, às vezes solitário...

Mas a libertação não é algo total, única e definitiva. É progressiva, ocorre passo-a-passo, depende de nosso querer, de nossa disposição de mudar, de renovar e, por que não, de revolucionar! Quem pensa que já está totalmente livre é porque ainda não sabe o que é estar livre, é tolo como um detento que sai apenas para tomar sol e pensa estar em liberdade! Geralmente, os que assim pensam, arrogantemente se consideram os donos da verdade, da liberdade; apregoam-se verdadeiros conhecedores de Deus.

Liberdade requer tomada de posição, de recusa de tudo o que é mal, mesmo que essa escolha requeira o sofrimento pessoal. Então, vale a pena iniciá-la a qualquer momento; não há data marcada ou tempo predeterminado. O livro de Hebreus lembra: "hoje, se ouvirdes a voz do Espírito Santo, não endureçais os vossos corações...". O tempo é sempre agora... o ontem não se muda e o amanhã é totalmente incerto.

Feliz páscoa a todos!!!!!!!

O coelho e o chocolate? Ficam por conta do consumismo capitalista!
(M.O. Ferreira)