ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ADAPTANDO-SE AO AUDITÓRIO

"Livre, pois, sendo (ente) de todos, a todos fiz a mim mesmo escravo, a fim de os mais numerosos ganhar;
e vim a ser aos judeus como judeus, a fim de judeus ganhar;
aos sob lei como sob lei - não estando {eu} mesmo sob lei - para os sob lei ganhar;
aos sem-lei como sem-lei - não estando sem-lei de Deus, pelo contrário, em-lei de Cristo - para que esteja ganhando os sem-lei;
vim a ser aos fracos, fraco, para os fracos ganhar; a todos sou todas as coisas, para totalmente alguns salvar.
Todas as coisas estou fazendo por causa do bom anúncio, para que coparticipante dele venha a ser. (...)
Como também eu agrado a todos em relação a todas as coisas, não buscando (buscante) o que é vantajoso (conveniente) a mim mesmo; pelo contrário, o {vantajoso} a muitos, para que sejam salvos" (1Coríntios 9.19-23; 10.33).

MF

2 comentários:

  1. Olá, Moisés,

    Tudo bem?

    Ao refletir sobre a sua tradução de 1 Coríntios, me veio à mente a seguinte questão: essa “adaptação” feita ao auditório ou essa “condescendência na linguagem” praticada pelo orador no momento do seu discurso não pode favorecer a hermenêutica ideológica da “morte do autor”, tão defendida, por exemplo, pelo escritor francês Roland Barthes?

    Um grande abraço,

    Carlos Augusto Vailatti

    ResponderExcluir
  2. Olá Vailatti, prazer em lê-lo.

    Quanto à sua interessante questão, é preciso levar em conta que Barthes parte de teorias modernas imanentistas. A Semiótica, com cuja visão teórica ele mantém estreita ligação, é logocêntrica, isto é, a pessoa do autor e as condições originais de produção externas ao texto não interessam ao leitor (estão mortas, inacessíveis, irrecuperáveis). Poderíamos definir essa visão a partir de seu criador Greimas, que dizia "Hors du texte, point de salut".

    Examinar as epístolas paulinas, porém, fora de sua história, de sua condição de homem integrado a uma sociedade com hábitos e costumes, de sua formação religiosa e secular, é destituir o texto de todas as suas condições de produção. É como analisar um mito apenas por ele mesmo, sincronicamente, "matando" milhares de anos de sua constituição.

    A adaptação que Paulo faz é dialética, necessária à apresentação das teses que lhe interessavam. Não se parte para algo novo, sem ancoragem na dóxa existente. Pautado em seus conhecimentos de Retórica, é isso mesmo que o apóstolo faz. Em um mundo romanizado com bases linguísticas e culturais gregas, essa adaptação fica ainda mais obrigatória. Os estudos modernos de Michel Meyer, Chaim Perelman, Ruth Amossy, entre outros, têm trazido à tona essa questão com grande propriedade.

    Um grande abraço do

    Moisés

    ResponderExcluir

Deixe aqui o seu comentário.