ADVERTÊNCIA

Este Blog contém algumas de minhas ideias, crenças e valores. Por não ter o objetivo de ser referência, não deve ser acolhido como "argumento de autoridade" e, muito menos, como verdade demonstrativa, cartesiana.

Aqui o leitor encontrará apenas reflexões e posições pessoais que poderão ser peneiradas e, por isso mesmo, rejeitadas ou aceitas, odiadas ou amadas. Assim, não espere encontrar fidelidade a alguma linha de pensamento ou a uma ideologia em particular. Permito-me a contradição, a incerteza, a hesitação, a descrença, a ironia; permito-me pensar.

Após as leituras, sei que uns concordarão, outros não, e haverá também os que encerrarão a visita levando uma pulga atrás da orelha. Não me importo. Se causar alguma reação, mesmo o desassossego, considero que atingi o meio. O fim fica por sua conta.

Abraços a todos e boa leitura.

PS: Acesse também: http://moisesolim1.blogspot.com.br/

domingo, 6 de dezembro de 2009

Jó 14.7 – A ANGÚSTIA DA BREVIDADE DA VIDA.

O capítulo 14 é uma meditação sobre a brevidade da vida:
v.1: o homem vive breve tempo.
v.2: a sua vida é como uma flor que murcha; é como uma sombra.
v.5: Os dias dos homens são contados; ele está limitado ao tempo imposto por Deus.
v.4: Jó diz que esse ser é fútil e impuro. É possível encontrar pureza nesse homem? Não!
v.3: Jó diz que é com tal ser, finito e mortal, que Deus entra em juízo.
v.6: Essa limitação ainda é submetida ao juízo divino. Os olhos de Deus sobre a pecaminosidade humana provoca sofrimento, medo e angústia.



Nos versos 7 a 9, Jó afirma que os elementos da natureza tem mais vida que o homem. As árvores se renovam, dão seus rebentos, são rejuvenescidas pelas águas; o homem , por sua vez, morre, expira e desaparece (v.10); ele deita e não se levanta, morre e não mais acorda (v.12).

No capítulo todo, Jó afirma que o homem volta ao pó. Como um monte que se desfaz pela força das águas, assim é a esperança do homem. Ele passa, é despedido para o além.

A angústia é um elemento fundamental da existência humana. O medo tem em seu poder grandes e pequenos, sacerdotes e leigos, e não poupa ninguém durante o período que vai desde o nascimento até a sepultura.

“O medo outra coisa não é senão o abandono dos recursos da reflexão; e quando a esperança se extingue na alma, o desespero e perplexidade são sentidos como um mal maior do que a causa real do tormento” (Balthasar).

Esse mal atinge tanto os bons quanto os maus, tanto os convertidos a Deus como os que lhe voltam as costas.

“A angústia age de duas maneiras: desespera da possibilidade de um socorro, e aumenta o sofrimento não permitindo ao lado deste desespero nenhuma reflexão, nenhum raciocínio sobre a causa da angústia; tudo é medo cego, que, além das dores atuais, imagina infinitas outras como possíveis, e mesmo como certas” (Loch e Reischl).

Jó, em seu sofrimento, alcança o ápice do sofrimento, da angústia.

A Palavra de Deus manifesta um particular e curioso interesse pela angústia do homem e da criatura em geral.

Assim, tal pensamento precisa ser complementado por direcionamentos da própria Bíblia: EXISTE UMA DIFERENÇA ENTRE DUAS CATEGORIAS, ENTRE OS HOMENS VOLTADOS PARA DEUS E OS QUE DELE SE AFASTAM.

Assim, os maus, por um lado, fogem sempre da luz do Deus que os vê, de modo que a própria luz se torna para eles motivo de medo:

“...de dia se conservam encerrados, nada querem com a luz, pois a manhã para todos eles é como sombra de morte; mas os terrores da noite lhes são familiares.” Jó 24. 16-17

O pecado contra Deus os faz temer até mesmo do nada, do que não é real:

“Fogem os perversos, sem que ninguém os persiga...” Provérbios 28:1

Por outro lado, os bons

“Perante a angústia dos maus, existe para os bons antes de mais nada, um forte, categórico não, uma absoluta proibição de a conhecer, de se deixar prender por ela.” (Balthasar)

Ter medo equivale a não crer nestas promessas:

“Não temais a que esses temem e não vos apavoreis.” (Isaías 8:12)

“Não temas, porque eu sou contigo: não te assombres, porque eu sou o teu Deus...” (Isaías 41:10)

“Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu..” (Isaías 43:1)

“O Senhor está comigo, por isso não tenho medo: que me poderiam fazer os homens?” (Salmo 118.6)

Em Deus, a própria noite não tem nada de terrível para os bons:

“Deitado, não deves ter medo. Repousando, o teu sono será doce. Não temerás nem o terror repentino nem os ataques dos criminosos.” Provérbios 3:24-25

O rigoroso mandamento da fé e estrita proibição de ter medo são uma e a mesma coisa.

Cristo sobre a cruz, levou sobre si TODA A ANGÚSTIA humana de modo que estar feliz no meio das contrariedades, nos exteriores e objetivos apertos é algo possível.

Cristo carregou a angústia do mundo para dar-lhe em troca o que tem de seu, a sua alegria, a sua paz. Toda graça provém da cruz; toda alegria é alegria da cruz de Cristo.

“Efetivamente, o milagre da confiança cristã em Cristo e na cruz redentora é qualquer coisa de tão delicado, compreensível e crível unicamente de um ponto de vista sobrenatural, que basta o menor sopro para este espelho límpido seja embaciado pela angústia.” (Balthasar)

Os temores não devem assolar a vida do cristão. A vitória de Cristo é total, e dela não está excluído nem “o último inimigo a ser destruído”, ou seja, a morte (2 Cor. 15:26)

A angústia é afastada e superada de uma vez para sempre. E aquele que pertence a Cristo e vive na fé de não ter medo.

“A paz de Deus que excede todo entendimento guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” Fl. 4:7

Um comentário:

  1. Grande mestre Moisés!

    Logo cedo eu já fui confrontando com essa realidade: ainda me lembro que quando criança eu chorava com medo da morte, mas graças à Deus, que hoje, por isso, eu não preciso mais chorar. Como é bom ser filho de Deus e viver sem medo! "Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, pai." Rm 8.15.

    Aproveitando a oportunidade, tenho escrito alguns versos, estão no meu blog, se tiver interesse e tempo, dê uma olhada lá e deixe sua opinião.

    Grande abraço!

    ResponderExcluir

Deixe aqui o seu comentário.